Com um Xbox One e um Nintendo Switch em casa, em 2017 a leitura comeu poeira para os videogames. Mas, para manter a tradição por aqui, segue a relação de livros lidos ao longo do ano.
Ontem, feriado dos Mártires de Cunhaú e Uruaçú, fui ao cinema com Nina e Márcia. Estávamos pensando em algo para entreter a pequena e numa rápida pesquisa na programação de filmes da cidade, vi que o Lego Ninjago seria uma boa opção.
Rapidamente trocamos de roupa e rumamos para o Cinemark do Midway.
Ainda não tinha visto nenhuma animação baseada no universo do brinquedo mais famoso da Dinamarca e fiquei bastante surpreso com a qualidade da produção. Detrator confesso do 3D no cinema, achei que as três dimensões couberam bem ao desenho. Fiquei curioso para ver outros desenhos da franquia.
Mais uma vez, constatei que passar muito tempo nos espaços públicos natalenses trazem o risco de sermos expostos a absurda ausência de civilidade que impera na província. Seja no trânsito, filas de banco ou estádios de futebol. Todo dia algo para lamentar.
Ontem, uma senhora que sentava atrás de mim e , ao que indica, estava com os netos, entretia uma das crianças que acompanhava com algum conteúdo que explodia em sons e luzes de um telefone celular.
O mais lamentável da situação é que a senhora parecia convicta de não estar fazendo nada de errado. Após ouvir chiados que imperavam silêncio, chegou a dizer que só desligaria o telefone, para evitar ter que brigar.
A minha formação me impele a relativizar a situação, considerando que a mal educada em questão vem de outro tempo, teve outra educação e não é totalmente culpada da falta de senso coletivo. Sem ironia, até concordo com esse abrandamento. O que dói é constatar que em Natal a a confusão do público com o privado e a falta de civilidade não são questões generacionais e que a minha Ninoca provavelmente ainda viverá numa cidade em que o egoísmo e o pensamento pequeno ainda estarão em voga.
No último mês de junho, completou-se um ano desde que voltei a jogar videogame após comprar um Xbox One. Podcasts e canais de YouTube que eu acompanho despertaram em mima vontade de retomar esse hobbie que cultivei durante muito tempo e que esteve latente desde que eu encostei o meu Master System e deixar de ir aos playgames próximos a casa dos meus pais.
Na realidade, tive consoles em quase todas as gerações passadas. Em 2012 e 2013 experimentei o Xbox 360. Em 2010 comprei um Wii e passei algum tempo com ele. Antes, por volta de 2006 ou 2007 (não lembro bem), atrasado, cheguei ao PS2. Mas, mesmo tendo passado por lançamentos recentes da Sony, Microsoft e Nintendo, não me envolvi intensamente.
O motivo é que entre 2003 (talvez até antes) e 2015, estive fortemente envolvido com música, seja tocando, fazendo shows ou produzindo. Nesse intervalo de tempo também concluí minha graduação e mestrado em História e comecei a atuar como professor. Mas a minha atividade musical - sobretudo no SeuZé - consumia praticamente todo o meu tempo livre, ainda que eu fizesse tudo isso com gosto.
Dessa maneira, não consegui me dedicar suficientemente aos games. No PS2 fui fisgado por Shadow of The Colossus e joguei um pouco de PES. No Wii joguei bastante Mario Kart e Wii Sports, além de ter visitado outros jogos como Silent Hill e Godfather. Já no Xbox 360, fiquei muito tempo no Fifa e passei por Call of Duty e Assassins Creed. Fora isso, não consegui ir além.
Na realidade, quando comprei os consoles mencionados acima, o meu maior interesse era pegar o Fifa do ano e desafiar alguns amigos ou tentar partidas online. Mas a prioridade que eu dava às outras atividades nas quais estava envolvido me fazia sentir um certo sentimento de culpa por passar horas do meu tempo precioso sentado no sofá e encarando desafios virtuais.
Essa nova investida no mundo dos videogames tem sido diferente. Estou verdadeiramente envolvido a ponto de encarar a mídia como meu hobbie favorito. Nesse pouco mais de um ano joguei bastante no Xbox, mas também dediquei muito tempo a outros sistemas, sobretudo antigos.
Montei uma pequena máquina de emulação baseada numa placa Raspberry Pie e tenho acesso a praticamente todos os consoles das gerações de 8, 16 e 32 bits. Foi lá que finalmente consegui zerar Alex Kidd, do Master System e Super Mário Word, no Super Nintendo, por exemplo.
Em junho desse ano entrei no mundo dos portáteis a partir de um Nintendo 3DS e fiquei impressionado como a Big N tem domínio sobre os pequenos consoles. Não tive contato com nenhuma versão de Gameboy nem dos DSs anteriores e fui fortemente impactado pela jogabilidade de jogos como Super Mário 3D Land e Mário Kart 7. Também foi através do 3DS que pude enfim conhecer melhor e zerar o Super Mário Bros de 1985, do Nintendinho.
Há algumas semanas instalei meu Wii na TV da sala e ainda estou em êxtase com o New Super Mário Bros. Que jogo delicioso!
Acho improvável que essa reconexão que tive com os games seja passageira. A despeito da empolgação com jogos novos e antigos, estou profundamente envolvido com a cultura dos videogames. Podcasts como o Pouco Pixel, o Jogabilidade e o 99vidas, bem como canais de YouTube dedicados a analisar a mídia sob diferentes prismas têm me dado algum embasamento para apreciar esses jogos eletrônicos de uma forma mais contextual e analítica.
Também tem sido divertidíssimo o contato com uma bibliografia que eu desconhecia e que aborda aspectos diversos dos videogames como mídia. No momento estou avançando na leitura de “A Guerra dos Consoles”, que busca reconstruir de maneira bastante leve os bastidores da disputa Sega x Nintendo entre o fim dos anos 1980 e a primeira metade da década de 1990.
A empolgação é tamanha que cheguei mesmo a pensar em produzir algum conteúdo sobre o tema, seja na forma de podcast ou de blog. Na verdade não desisti totalmente da ideia. Mas dada a complexidade de colocar qualquer dessas ideias em prática e a ânsia por escrever sobre o tema, optei por aproveitar esse espaço que já estava pronto e sem perspectiva de uso. Resolvo os dois problemas de uma vez.
Do ano passado para cá venho numa jornada quase arqueológica revisitando e jogando pela primeira vez alguns jogos das gerações de 8 e 16 bits que eu nunca havia terminado. Super Mario Bros (1985) do Nintendinho devidamente zerado.
Continuo jogando os lançamentos do Xbox One e outros jogos mais modernos, mas a Nintendo conseguia (e ainda consegue) criar experiências ideais para a minha rotina de gamer-pai-músico-professor. Recompensas em intervalos de tempo mais curtos e mecânicas simples, mas desafiadoras.
Muito massa ter chegado ao fim de um clássico que não joguei na "época certa" dado a minha infância seguista. A estreia do bigodudo nos 8-bits da Big N envelheceu muito bem.
Estádio Centenário, Montevidéu. 30 de junho de 2017 [Foto minha]
Saímos mais tarde de casa do que eu gostaria. Por volta das 11h. Mas o nascer do sol tardio para os padrões natalenses e o frio matinal do inverno montevideano, justificam, em parte, nosso atraso.
Começamos o programa do dia com um passeio na orla da cidade, seguindo a famosa Rambla. Saímos de Punta Carretas em direção a Pocitos. Quem é acostumado com a orla de cidades nordestinas como Natal e especialmente Maceió, a "via costeira" de Montevidéu não impressiona. O fato de eu já ter conhecido o Rio da Prata em Buenos Aires e Colônia, também contribuiu para enfraquecer a impressão que tive da costa da cidade. De toda forma, fui impactado pelo casamento da paisagem natural com a arquitetura sessentista dos prédios da Rambla.
Talvez por se tratar de um dia de semana, senti a falta de mais pessoas caminhando ou se exercitando pelo calçadão daquela que parece ser uma das áreas mais nobres da capital uruguaia.
Continuamos caminhando até o letreiro da cidade, tal qual o que inauguraram recentemente em Natal, na Praia de Areia Preta. Pausa para fotos e vídeos de turista e decidimos voltar ao nosso ponto de origem, dessa vez caminhando por dentro do bairro de Pocitos. Em geral, achei a paisagem dessa área de Montevidéu bem parecida com Copacabana e outros bairros da Zona Sul carioca.
Um dos momentos mais legais desse dia de flanagem, foi chegar, por acaso numa feira de alimentos, de rua. Para quem tinha como referência as feiras natalenses, aquela uruguaia me encantou bastante. Fiquei surpreso com a aparência, tamanho e suposta qualidade dos vegetais expostos. Também não passaram despercebidos alguns trailers/caminhões que vendiam diversos tipos de queijos e embutidos.
Feira livre em Pocitos, Montevidéu. [Foto minha]
Mas um pouco de andança pela região e acabamos chegando no lugar que havíamos escolhido para almoçar: o restaurante Le Perdiz. Mais uma vez fomos em busca dos assados do Uruguai. Mais uma vez foi uma experiência ímpar degustar a carne do país. É impressionante como eles conseguem conciliar uma carne extremamente macia, limpa e no ponto certo. Não lembro se já abordei isso em textos anteriores sobre essa viagem, mas eu saí do Brasil com um certo receio dos preços dos restaurantes do Uruguai. Os blogs e demais fontes que consultei alertavam para esse fato. No fim, achei tudo meio compatível com o preço que se pratica em Natal. Considerando que estamos pagando cerca de R$ 50 por pessoa em churrascarias nobres da cidade é que gasto isso ou mais quando vou, por exemplo, ao Rachid's, penso que está bem razoável.
Após o almoço, nos separamos em dois grupos e rumamos em direção ao Estádio Centenário. Mais uma vez achamos mais fácil tomar um Uber do que outras formas de transporte.
Provavelmente Montevidéu não precisa de um sistema de metrô. Os ônibus não aparentam andarem muito lotados e parecem chegar a praticamente toda a cidade, mas confesso que fiquei um pouco mal acostumado com as facilidades do metrô de Santiago.
A ideia de programação para o estádio-sede da Copa de 1930 era uma visitação ao Museo do Futebol. Assim foi feito. No geral, achei o museu bastante desorganizado. Não há uma lógica na disposição dos itens expostos. Não se sabe se estão organizados de maneira temática ou cronológica. Inclusive há a presença de uma série de objetos que não são diretamente ligados ao esporte bretão. É o caso de alguns cartazes de jogos olímpicos.
O segundo andar do museu tinha itens mais interessantes, como troféus e camisas de clubes e da seleção do país.
Mas a melhor parte da visita ao museu foi poder entrar e contemplar o estádio a partir da arquibancada. A minha ligação com o futebol, por si só, já seria suficiente para que uma ida ao Centenário me emocionasse de alguma forma. Mas, por razões desconhecidas, vim nutrindo ao longo da minha vida um tipo de admiração pelo futebol uruguaio. Até consigo listar alguns episódios esporádicos em que a mística da celeste e do futebol uruguaio como um todo me tocaram, como a final da Copa América de 1995, as oitavas de final da Copa de 1990 e a graça de ter sido pego de surpresa ao poder ver um jogo do Penharol, em Colônia, em janeiro de 2011.
Estar no Centenário, ainda que apenas na condição de visitante, trouxe-me uma emoção diferente. As condições gerais do estádio me surpreenderam positivamente. A impressão que construí nos últimos anos, ao assistir partidas e reportagens pela televisão, era a de que o estádio estava em condições de conservação piores do que as que de fato encontrei.
A vontade de assistir uma partida naquele templo do futebol tomou conta de mim tão logo deixei as arquibancadas. Passei tanto tempo deslumbrado que quase perdi a hora de mais uma etapa do tour: uma visita ao mirante daquele equipamento esportivo. Segundo a guia que acompanhou a mim e Marcia, aquele era o ponto mais alto da cidade para uma mirada em 360º.
Experiência interessante, ter uma impressão das cercanias do estádio de um ponto tão alto, mas o Centenário parecia imantado em relação aos meus olhos. Logo esqueci da paisagem mais ampla de Montevidéu e voltei minha atenção para o templo do futebol uruguaio.
Infelizmente, a lojinha do museu estava fechada quando eu e Márcia concluímos nossa visita, mas os últimos momentos no lugar foram suficientes para que os gentis funcionários, ao perceber meu deslumbramento, me informassem que o jogo do Nacional, que acontecerá amanhã - e eu imaginava que ocorreria em outro campo - será ali mesmo, no Centenário. Confirmei a informação na bilheteria, mas preciso descobrir onde posso comprar minha entrada, já que, por alguma razão, os ingressos não serão vendidos no palco do espetáculo.
Após deixar o museu, demos uma volta no mesmo parque em que já estávamos. Como de praxe, havia muitos brinquedos de criança e Nina se fez. Num dado momento foi interessante ver Nina interagindo com uma garotinha montevideana com idade semelhante a dela. Mais uma vez fomos bem recebidos por locais da cidade. O pai da nova colega de Nina foi bastante gentil e nos ajudou bastante ao indicar o local correto para pegarmos o ônibus que nos levaria de volta a Punta Carretas.
Em janeiro de 2011, eu e Márcia fomos a Buenos Aires acompanhados de Gabriela e Louise. Naquela ocasião, eu não me preocupei nem um pouco com a programação da viagem, confiando às garotas a tarefa de elaborar o roteiro. Marinheiro de primeira viagem em viagens para o exterior, acatei aquilo sem problemas e gostei bastante das escolhas que elas fizeram.
Acontece que voltei daquela viagem decidido a ser mais proativo no planejamento das minhas próximas investidas fora de Natal. Em quase todos os destinos para os quais fui a partir de então, me envolvi bastante na pesquisa sobre os lugares, chegando mesmo a gostar daquela tarefa.
Um misto de preguiça e desprendimento me fez despreocupar com o planejamento do que faria em Montevidéu. Cheguei a pesquisar em várias fontes, de blogs a vídeos, mas acabei sem sistematizar as informações que colhi em algo como um roteiro. O resultado é que cheguei com uma impressão geral sobre o que fazer na capital uruguaia, mas não tenho a menor ideia do que faremos em cada dia.
Em nosso primeiro dia completo em Montevidéu, iniciamos o dia - já perto do início da tarde - com uma exploração do Centro. Tomamos um ônibus, cujo motorista nos avisou quando descer para que estivéssemos próximos à Cidade Velha.
O ponto de partida que escolhemos foi a Praça Independência, um dos cartões postais da cidade (não que isso me valha alguma coisa). De cara, chamou-me a atenção a sobriedade do prédio em que está sediada a presidência do país. Funcional e de uma beleza discreta. Provavelmente, estou chegando ao Uruguai com visão exageradamente positiva, dada a desesperança que gira em torno da situação político-econômica do Brasil. Mas é impressionante constatar como um país de formação histórica semelhante à brasileira, funciona minimamente.
Imediações da Praça Independência. 29 de junho de 3017 [foto minha]
Andamos meio aleatoriamente pelo Centro, no intuito de chegar ao Mercado do Porto, onde almoçaríamos. Entramos pelo portal da Cidade Velha e seguimos por uma espécie de passeio público margeado por lojas instaladas em prédios antigos.
A primeira parada mais demorada foi na Praça da Constituição, na qual se destacou uma espécie de igreja matriz. Não foi difícil constatar a influência espanhola no estilo arquitetônico daquele edifício católico. Construção horizontalizada e sobriedade na forma que remetem diretamente às paisagens coloniais do norte do México.
Na sequência, seguimos o caminho e chegamos ao mercado do porto. Eu esperava um lugar mais caótico e inóspito, mas encontrei outra realidade. O calor das churrasqueira dos restaurantes funcionam como aquecedor para o inverno da cidade. Realmente, é de se imaginar que durante o verão a sensação não seja das melhores. Como o objetivo daquele almoço era ir a um bom lugar de carnes, escolhemos a primeira churrascaria que parecesse agradável e me surpreendi com a qualidade da comida.
Saindo do mercado, optamos por seguir em direção à 5 de julho, onde se localiza boa parte do comércio de rua da cidade. Fiquei impressionado com a quantidade e variedade de lojas, mas logo relacionei essa característica à timidez do Punta Carretas Shopping. Aproveitei o deslocamento e parei na Antel, a estatal de telecomunicações do país. Ainda na Cidade Velha eu havia comprado um chip pré-pago da operadora e não consegui fazê-lo funcionar. No fim das contas, entendi como funcionava o processo, mas por alguma razão os meus créditos acabaram bem antes do que eu imaginava.
Eu, Márcia, Nina e Gabi optamos por voltar caminhando para o nosso Airbnb e foi uma ótima experiência, já que cruzamos a fronteira entre o Centro e uma área mais residencial da cidade.
Chegamos por acaso a um ponto turístico da cidade: uma daquelas grades onde turistas abobalhados prendem cadeados. Na mesma esquina havia uma estátua de um dos carrascos brasileiros na Copa de 1950: Giggia. Também estávamos em frente a uma sorveteria na qual decidimos entrar. Sorvete ok. Mas o melhor dessa pausa foi poder observar, sem ser visto, um mexicano assistindo a semi-final da Copa das Confederações entre o seu país e a Alemanha. Sou bastante curioso para ver como pessoas de outros países lidam com as questões que me interessam. Futebol certamente é uma delas.
Após isso, caminhamos cerca de 1h30 até chegarmos a nossa hospedagem. Excetuando-se uma ladeira ou outra, flanar pela capital uruguaia é, sem duvida, uma experiência que pretendo repetir outras vezes.
Minha rua em Montevideu pelos próximos 6 dias [foto minha]
Sobretudo pelo meu gosto por futebol e pela seleção uruguaia, há muito tempo cultivei uma curiosidade sobre Montevidéu. Depois de alguns dias em Santiago, hoje chego na capital uruguaia cheio de empolgação.
Hoje terminei de ler Hoje terminei de ler "Kafka à Beira Mar", de Haruki Murakami. A tendinite no punho me impede de escrever mais sobre as minhas impressões, mas percebi algumas repetições de motivos que apareceram em 1Q84. Alguns personagens preocupados com o condicionamento físico, outros em cativeiros em apartamentos.
Não me cativou tanto quanto o primeiro que li do autor japonês, mas entreteve.
Há alguns dias comecei a ler a autobiografia de Rita Lee.
Assim que o lançamento do livro foi noticiado, fiquei curioso para ver o que a ex-mutante tinha para dizer sobre a sua história de vida. Como bom fã daquela que muitos consideram a maior banda de rock brasileira da história, me interessa em especial o que a artista poderia falar sobre a sua passagem pelos Mutantes.
Passei a me interessar pela banda paulista quando ainda estava na UFRN e durante a produção do primeiro disco do SeuZé. Li a biografia de Carlos Calado e ouvi bastante os primeiros discos do grupo. Também fiquei viciado durante muito tempo no Lóki, de Arnaldo.
Rita, porém, se vale de um certo desdém para rememorar seus momentos na banda. Compreensível até certo ponto dada a relação conturbada que ela assumiu ter com Arnaldo Baptista e pela maneira como foi enxotada da dos Mutantes. Contudo, é interessante para se questionar se esse status cult que a banda desfruta não foi construído a posteriori, depois de nomes como Kurt Cobai, Sean Lennon e David Byrne declararem sua admiração ao trio.
O estilo de escrita informal de Rita, sem preocupação com a construção de uma narrativa fluída e que dê alguma liga aos diversos “micro-capítulos” do livro, me incomodam um pouco e comprometem a fluidez da leitura em certos pontos. Por outro lado, dá um caráter mais confessional e crível às situações descritas e é um sopro interessante de autenticidade, num mercado de autobiografias repleto de co-autores e, mais grave, ghost-writers. (Ano passado li a autobiografia de Dado Villa-Lobbo, produzida em coautoria com um escritor de ofício cujo nome não recordo, e senti falta de uma pegada mais pessoal no texto).
Mais uma vez estou lendo no Kindle e a minha relação com o reader e os e-books se torna ainda mais natural. Livros digitais - desde que não sejam técnicos e não tenham muitas imagens que influenciem a leitura - têm sido a minha primeira opção de compra.
Ontem fui ao show de Alceu Valença, pela programação do Carnaval de Natal. Tentei me programar para ir à apresentação de Moraes Moreira na sexta, mas a preguiça bateu mais alto.
Como tenho feito nos últimos anos, mais um show que eu ainda não tinha visto riscado da lista. A banda de Alceu parecia boa, mas o som não ajudava.
Muito bom ver o Carnaval de Natal ganhando fôlego e poder observar as ruas cheias de pessoas. No geral, estou gostando da organização do festejo. Desde a preocupação com o uso de garrafas de vidro pelos foliões, até a pontualidade no horário de saída dos blocos e dos shows.
Bacana seria ver esse tipo de iniciativa da prefeitura ao longo do ano: atrair as pessoas para ocuparem as ruas em diferentes circunstâncias. Todos os projetos que tem essa premissa funcionam, por menor esforço que se demande da iniciativa pública. A ocupação da Via Costeira aos domingos e o Eco Praça são exemplo disso.
Tanto no sábado, quanto ontem, optamos por deixar o carro em casa e ir de Uber. Não podíamos ter tomado decisão melhor. A sensação de liberdade por não ter que ficar se preocupando com estacionamento e em ter um motorista da rodada compensa de longe os trocados que desembolsamos pelo transporte.
Hoje me vi numa maratona de The Man in The High Castle, série da Amazon. Decidi testar o Prime Vídeo, especialmente por saber que a gigante do varejo tinha séries originais bem comentadas em seu serviço de streaming de vídeo.
Provavelmente irei cancelar a assinatura, visto que o catálogo é bastante inferior ao do Netflix, além de ser possível encontrar o conteúdo original no PirateBay.
Estou achando The Man in The High Castle interessante. O roteiro é meio inconsistente e muitas passagens são inverossímeis, mas, mesmo assim a série me fisgou.
A premissa é um mundo em que o Eixo teria ganho a II Guerra Mundial e os Estados Unidos estariam divididos e administrados entre Japão e Alemanha. Comecei a ver a série em Tabatinga, na primeira semana do ano e hoje engrenei. Vi alguns dos últimos episódios com Márcia, mas agora estou sozinho. Terminei a primeira temporada hoje pela manhã e estou ansioso para começar a segunda. Mas pretendo já iniciar a nova via Plex, já que o Prime Vídeo está bem inconsistente.
Hoje o ABC jogou pela Copa do Brasil e classificou-se após empatar com o Ceilândia, no Distrito Federal. 1x1. Agora enfrentaremos o Audax (SP), que despachou o Mequinha.
Ainda estou boquiaberto com a sapatada que o Barcelona levou do PSG. 4x0, em Paris. Pena não ter podido assistir esse jogo.
Na verdade, eu pude assistir um jogo queria, mas acabei sem fazê-lo. Botafogo X Olímpia, do Paraguai, pela Libertadores. Estava em casa, acordado, com o jogo passando na TV, mas a preguiça me dominou e passei a noite perdendo meu tempo fuçando besteira no celular. Tirei o app do Facebook do meu iPhone e iPad, no intuito de perder menos tempo com redes sociais, mas acabo me distraindo muito com o Twitter e o Instagram. Minha justificativa , nada convincente, é que o Twitter e o insta têm alguma nobreza que o Face não tem, ou conteúdo mais relevante. Mas, no fim das contas, fico meio zumbi fazendo scrolling nos apps, enquanto poderia estar lendo, vendo um filme, série, ou brincando com Nina. Talvez seja hora de fazer outro mutirão de unfollow ou simplesmente escolher outro app para apagar.
Também preciso parar de ficar mandando material para o Pocket, sem que eu consiga dar conta de ler tudo. Na verdade, ando me sentindo meio sufocado com a quantidade de coisas que acumulo para acompanhar. Kindle cheio de livros, MUBI, Amazon Prime e Netflix abarrotados de filmes, séries no Plex, centenas de livros físicos na estante, por ler, Xbox e Recalbox com centenas/milhares de jogos por começar.
Como filtrar tudo isso e chegar a um pretenso essencial?
Mais um início de ano em Tabatinga. Há bastante tempo não consigo ficar muito numa casa de praia sem que a vontade de voltar para a cidade (e ter os mimos tecnológicos por perto) apareça. Por outro lado, poucos são os momentos do ano em que consigo clarear a mente e pensar na vida com mais calma.
Montagem automática gerada pelo Letterboxd com os pôsteres de todos os filmes que assisti em 2016
Desde junho desse ano, durante o Festival Varilux de Cinema francês passei a registrar os filmes todos os filmes que assisto, marcando o local em que os vi – em que cinema ou serviço de streaming – e atribuindo uma nota a cada película. Foi mais ou menos nesse período que passei a utilizar o Letterboxd, uma rede social/plataforma voltada para cinema. Além do fator social, de poder acompanhar o que as pessoas que você segue têm assistido e que impressões têm postado, o Letterboxd tem um sistema de estatísticas fantástico que gera dados a partir das películas que você registra por lá.
No meu "year in review" de 2016, a plataforma me avisa que assisti 31 filmes ao todo. Como só comecei a registrar a partir de junho, perdi o meu histórico anterior a esse mês.
Seguem abaixo algumas estatísticas geradas pelo Letterboxd para os filmes que assisti ao longo do ano.
Resumo 2016
Distribuição anual e semanal de filmes assistidos
Primeiro e último filmes assistidos em 2016
Filmes assistidos por país
Gêneros, países e idiomas
Diretores mais assistidos em 2016
Atores e atrizes mais assistidos em 16
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Nos próximos anos, pretendo postar as minhas estatísticas anuais aqui no blog e fazer pequenos comentários sobre o que assisti.
Todos esses compilados anuais estarão reunidos aqui.