No último mês de junho, completou-se um ano desde que voltei a jogar videogame após comprar um Xbox One. Podcasts e canais de YouTube que eu acompanho despertaram em mima vontade de retomar esse hobbie que cultivei durante muito tempo e que esteve latente desde que eu encostei o meu Master System e deixar de ir aos playgames próximos a casa dos meus pais.
Na realidade, tive consoles em quase todas as gerações passadas. Em 2012 e 2013 experimentei o Xbox 360. Em 2010 comprei um Wii e passei algum tempo com ele. Antes, por volta de 2006 ou 2007 (não lembro bem), atrasado, cheguei ao PS2. Mas, mesmo tendo passado por lançamentos recentes da Sony, Microsoft e Nintendo, não me envolvi intensamente.
O motivo é que entre 2003 (talvez até antes) e 2015, estive fortemente envolvido com música, seja tocando, fazendo shows ou produzindo. Nesse intervalo de tempo também concluí minha graduação e mestrado em História e comecei a atuar como professor. Mas a minha atividade musical - sobretudo no SeuZé - consumia praticamente todo o meu tempo livre, ainda que eu fizesse tudo isso com gosto.
Dessa maneira, não consegui me dedicar suficientemente aos games. No PS2 fui fisgado por Shadow of The Colossus e joguei um pouco de PES. No Wii joguei bastante Mario Kart e Wii Sports, além de ter visitado outros jogos como Silent Hill e Godfather. Já no Xbox 360, fiquei muito tempo no Fifa e passei por Call of Duty e Assassins Creed. Fora isso, não consegui ir além.
Na realidade, quando comprei os consoles mencionados acima, o meu maior interesse era pegar o Fifa do ano e desafiar alguns amigos ou tentar partidas online. Mas a prioridade que eu dava às outras atividades nas quais estava envolvido me fazia sentir um certo sentimento de culpa por passar horas do meu tempo precioso sentado no sofá e encarando desafios virtuais.
Essa nova investida no mundo dos videogames tem sido diferente. Estou verdadeiramente envolvido a ponto de encarar a mídia como meu hobbie favorito. Nesse pouco mais de um ano joguei bastante no Xbox, mas também dediquei muito tempo a outros sistemas, sobretudo antigos.
Montei uma pequena máquina de emulação baseada numa placa Raspberry Pie e tenho acesso a praticamente todos os consoles das gerações de 8, 16 e 32 bits. Foi lá que finalmente consegui zerar Alex Kidd, do Master System e Super Mário Word, no Super Nintendo, por exemplo.
Em junho desse ano entrei no mundo dos portáteis a partir de um Nintendo 3DS e fiquei impressionado como a Big N tem domínio sobre os pequenos consoles. Não tive contato com nenhuma versão de Gameboy nem dos DSs anteriores e fui fortemente impactado pela jogabilidade de jogos como Super Mário 3D Land e Mário Kart 7. Também foi através do 3DS que pude enfim conhecer melhor e zerar o Super Mário Bros de 1985, do Nintendinho.
Há algumas semanas instalei meu Wii na TV da sala e ainda estou em êxtase com o New Super Mário Bros. Que jogo delicioso!
Acho improvável que essa reconexão que tive com os games seja passageira. A despeito da empolgação com jogos novos e antigos, estou profundamente envolvido com a cultura dos videogames. Podcasts como o Pouco Pixel, o Jogabilidade e o 99vidas, bem como canais de YouTube dedicados a analisar a mídia sob diferentes prismas têm me dado algum embasamento para apreciar esses jogos eletrônicos de uma forma mais contextual e analítica.
Também tem sido divertidíssimo o contato com uma bibliografia que eu desconhecia e que aborda aspectos diversos dos videogames como mídia. No momento estou avançando na leitura de “A Guerra dos Consoles”, que busca reconstruir de maneira bastante leve os bastidores da disputa Sega x Nintendo entre o fim dos anos 1980 e a primeira metade da década de 1990.
A empolgação é tamanha que cheguei mesmo a pensar em produzir algum conteúdo sobre o tema, seja na forma de podcast ou de blog. Na verdade não desisti totalmente da ideia. Mas dada a complexidade de colocar qualquer dessas ideias em prática e a ânsia por escrever sobre o tema, optei por aproveitar esse espaço que já estava pronto e sem perspectiva de uso. Resolvo os dois problemas de uma vez.