REPENSANDO
Ontem à noite recebi a notícia de que o Seu Zé foi confirmado para abrir o show de Felipe Dylon, no II Rio Grande do Rock.
Desde a semana passada quando divulgamos a possibilidade dessa apresentação, muitas discussões aconteceram e outras ainda estão rolando. Foi quando parei um pouco para pensar. Por que diabos tanto burburinho para uma coisa tão simples?
Há uns dois anos atrás, a minha opinião era bem diferente da de hoje em dia, mas acho que nesse ponto mudei para melhor. Acho extremamente ridícula a atitude de underground forçado que ainda paira sobre a cabeça de muita gente. Ser alternativo só por ser, sem na maioria das vezes nem acreditar nisso, é uma babaquice sem referências.
Não precisa dizer que nós, integrantes do Seu Zé, não admiramos a proposta sonora do cara, mas daí a nos recusarmos a tocar no mesmo evento que ele não tem nada a ver. Se fomos escalados para um Festival desse porte é porque o nosso trabalho está sendo reconhecido. Temos que fazer o nosso papel, que é um show bom e interessante. Definitivamente não somos de fazer doce.
Nunca fizemos o tipo de banda underground, pelo contrário, sempre fizemos questão de fugir de qualquer rótulo ou identidade forçada. A única coisa que queremos é fazer a nossa música, com a única intenção de que ela toque as pessoas. E longe de nós querer limitar esse público. Se forrozeiros e pagodeiros se identificarem com a nossa proposta ficaremos honrados e lutaremos para fazer com que eles continuem gostando. Contudo, para isso jamais iremos adequar o nosso som a nenhum formato. A recepção tem que ser uma conseqüência do que fazemos, nunca a causa.
Dia 22 estaremos lá na Arena do Imirá, tocando para um público em sua maioria pré-adolescente, no mesmo dia que um cara que odiado pelos alternativos de opção. Mas faremos um show como qualquer outro, tocando as nossas composições e músicas que gostamos e que achamos que podem trazer algum conteúdo para quem as ouve.
Aos alternativos por opção e undergrounds de plantão, paciência.
Estou pouco me lixando para vocês.
VOS APRESENTO MARIA EDUARDA, MINHA SOBRINHA
Essa é Maria Eduarda, minha única sobrinha, que hoje está com 1 ano e 8 meses. Nessa foto ela estava com 7 meses (antes que perguntem, o de ventre avantajado é o meu cunhado).
Por trás desse rostinho de bebê inocente está uma mente fria e maquiavélica e histórias para lá de inusitadas. Vou dar um aperitivo.
1) Quando finalmente ela conseguiu aprender a falar "mamãe", uma surpresa, fez uma associação bem interessante. A mamãe dela não é apenas a minha irmã, mas todos os que estão cuidando dela em determinado momento.
Assim sendo, a babá é mamãe, minha outra irmã é mamãe, até eu sou mamãe. Mas engraçado mesmo é vê-la chamando de mamãe três pessoas ao mesmo tempo, se for o caso de haver três indivíduos cuidando dela, simultâneamente.
2) O nome de minha irmã mais nova é Marieta, Maria Eduarda a chama de Tatai;
Meu nome e Felipe, Maria Eduarda me chama de Pity;
O nome da boneca é boneca, Maria Eduarda não a chama de nada.
3) Há uns 4 meses, Maria Eduarda enfim ganhou o seu primeiro velocípede e logo tratou de alcunhá-lo de "Cococa". Provavelmente alguma inflexão do termo "motoca".
Certo dia, estava eu brincando com ela e vendo um jornalzinho de anúncio de ofertas das Lojas Americanas. Em determinada página, havia várias bicicletas e velocípedes anunciados. De prontidão, Duda passou a gritar incessantemente: "Cococa, cococa, cococa, cococa". Mas, interessante mesmo, foi vê-la engatinhar em direção á página do anúncio e tentar subir no velocípede que estava no papel. Vendo que não havia possibilidades concretas de montar em uma motoca de anúncio de jornal, ela olhou desolada para mim, como quem descobre a verdade sobre papai noel.
Como eu sou um bom tio, passei algumas horas explicando para ela os porquês do ocorrido. Demos boas risadas, tomamos algumas bandejas de chambinho e ao final de tudo nos entendemos.
Enfim, é o que importa.
Mais ouvidas em 2004
RETROSPECTIVA MUSICAL 2004
Vamos tentar resumir o que as minhas orelhas possantes melhor captaram nesse ano que se encerra.
I – Top 10 álbuns (CD’s e LP’s).
The Beatles (White Album) – The Beatles. (LP)
Durante muito tempo o famoso disco branco dos Beatles foi literalmente branco para mim. O vinil está na minha casa desde os anos 80, mas só em 2004 fui descobrir o seu real valor. Pelo fato de ser um disco duplo, a cada dia me apaixono por uma música nova. Hoje não parei de ouvir Rocky Racoon. Acho que todo ser vivo deveria ter esse álbum em sua discografia básica.
The Queen is Dead – The Smiths. (MP3)
Não lembro de ter ouvido a banda antes desse ano. Meu primeiro contato com o The Smiths se deu numa festa no setor II da UFRN, a festa da vitrola. Entre vinis de Chico Buarque, Beatles e Geraldo Vandré, os da banda inglesa me chamaram a atenção. Baixei todo o álbum The Queen is Dead pela internet e me identifiquei muito com o som do grupo. Hoje em dia, no release do Seu Zé, cito o som do The Smiths como uma das minhas influências.
Madredeus – Antologia. (CD)
Conheci Madredeus há uns 5 anos, meio que por acaso. Fui deixar um tio no aeroporto e quando voltava no carro dele, encontrei o CD Antologia no meio de uma pilha de tantos outros. Pouco depois consegui achar para vender em uma loja, hoje extinta, no Natal Shopping.
Somente nesse ano que se encerra pude entender melhor a música dessa execelente banda portuguesa liderada pela linda Teresa Salgueiro. A mistura de fado com arranjos de música clássica é muito linda. Sugiro as canções O Tejo e Haja o que Houver.
Tropicália ou Panis et Circencis. (LP)
Sem dúvidas um dos discos mais importantes da minha vida. Acho que nunca estive tão “preparado” para ouvir um álbum como foi com o manifesto do Tropicalismo. Antes de iniciar a audição, li biografias dos principais integrantes, além de um ótimo livro sobre o movimento. Quando ouvi as primeiras canções, sabia os porquês de ela estarem ali. Costumo dizer que esse vinil teve um dos melhores “Lado A” da história da música. As 6 músicas são simplesmente fenomenais.
Pude comprovar também a genialidade dos arranjos de Rogério Duprat, o maestro que arranjava as músicas da maioria dos tropicalistas, sobretudo os Mutantes.
Sinto-me obrigado a indicar o disco inteiro ao invés de uma ou duas canções.
Secos & Molhados – 73/74 – Série Dois Momentos. (CD)
Este CD que ganhei do meu amigo Hommer está entre os melhores presentes que recebi no ano. Os dois primeiros álbuns dos Secos & Molhados estão compilados em um único disco. O áudio foi remixado e remasterizado por Charles Gavin, dos Titãs. Inclusive outros discos clássicos como os primeiros do Barão Vermelho, podem ser encontrados nessa coleção.
Além de um som bem inteligível o trabalho gráfico também compensa a aquisição. A arte dos encartes originais foi rediagramada para o CD.
Hail to the Thief – Radiohead. (CD)
Radiohead está sem dúvidas naquela seleta lista de bandas que eu faço questão de comprar tudo que vir, se estiver com grana na hora.
Antes de pegar o disco eu já havia lido algumas resenhas. Quando finalmente comprei, pude constatar que estava diante de mais uma obra de arte da trupe do sir Tom York. O abuso de experimentalismo dos anteriores Kid A e Amnesiac parecem mais contidos. A presença de guitarras, apesar de não remeter ao Pablo Honey e ao The Bends, está mais evidente. Destaco as canções Sail to the Moon, I Will, There There e Sit Down, Stand Up.
Room of Fire – The Strokes. (CD)
Apesar de não ser tão bom quanto o disco de estréia Is This It, Room of Fire é trabalho acima da média e fez a banda nova-iorquina passar no teste do segundo disco. Cada vez que ouço The Strokes me surpreendo com a qualidade dos arranjos do guitarrista Nick Valensi.
Indico as canções Reptilia e The End Has no End.
Quem Viver Chorará – Fagner. (LP)
Para quem pensa que Fagner sempre foi limitado a músicas piegas com temáticas que não iam além de dor de cotovelo, está muito enganado. O cearense tem um trabalho conceitual e músicas extremamente originais.
Os arranjos de cordas desse disco, assinados pelo próprio Fagner e pelo guitarrista Robertinho de Recife, são excelentes. Os discos dos músicos nordestinos que foram produzidos até o começo dos anos 80 são todos muito bem arranjados e esse álbum é uma prova disso.
Para se iniciar na parte mais desconhecida do trabalho de Fagner, sugiro: Revelação (apesar de ser composição de Clodo e Clésio) e Conflito.
Saltimbancos Trapalhões (trilha sonora do filme) – Chico Buarque, Sérgio Bardotti e L. Enquiquez Bacalov. (LP)
Essa obra-prima foi adquirida por mim meio que sem querer. Em algum dia do 1º semestre desse ano, saí ao Centro e ao Alecrim destinado a comprar alguns vinis. Eu tinha saído de casa alertado sobre um bom sebo que existia no bairro da feira da 9. Parecia que todas as pessoas que tentavam me explicar onde ficava o tal sebo, acabavam por me levar para mais longe.
Parei numa banca para tomar uma água quando percebi que apesar de não ser o lugar que eu procurava, ali era um sebo de vinis. A primeira visão que tive foi a capa desse LP. Comprei só por curiosidade e acertei em cheio. Até então, eu nunca havia parado para observar a qualidade das canções infantis, bem como dos seus arranjos. Destaco as canções Meu Caro Barão e Todos Juntos.
Só para constar, Chico Buarque assina as composições e canta grande parte delas.
Collection – Nat King Cole. (CD)
Esse foi o último a entrar nessa lista. Esse CD está em minha casa há cerca de 8 anos e sempre passou despercebido. Há algumas semanas, quando então eu me encontrava em atividade furtiva no quarto dos meus pais, entre outros, achei esse ótimo trabalho.
Nesse álbum, Cole interpreta 30 canções em espanhol. Pela natureza dos arranjos e letras, parecem que as composições são em sua maioria mexicanas. É engraçado atentar para o sotaque carregado do cara, um espanhol cantado com forte pitada de inglês do sul dos EUA. Mas não é o bastante para abonar o produto final.
UM REVEILLON ALTERNATIVO
Querendo fugir da mesmice do reveillon da Praia de Ponta Negra e levando em consideração que não tenho dinheiro suficiente para o meu tão sonhado passaporte para a Itália, decidi fazer uma festa da virada diferente. A presepada vai rolar na casa de praia da minha família, lá em Cotuvelo. Abaixo segue o release do evento. Sinta-se convidado!
REVEILLON EM COTUVELO: o melhor reveillon da sua vida acontecerá esse ano.
LOCAL: Tavares Beache's House, na Praia de Cotuvelo.
PACOTES PROMOCIONAIS:
SEXTA: R$ 10,00*
SEXTA, SÁBADO E DOMINGO: R$ 20,00**
* Esse valor inclui o buffet da sexta-feira à noite, salgados, água, sanduíches e refrigerante.
** Esse valor inclui, além do oferecido na sexta-feira, o churrasco do sábado e o almoço do domingo.
*** Bebidas alcoólicas não estão incluídas nos valores acima, mas são muito bem vindas.
**** As outras refeições, como jantar e café da manhã, também não estão inclusas.
***** A casa é relativamente grande. Portanto, todos os participantes estão convidados a se hospedar no local do evento, gratuitamente. Entretanto, aconselha-se que estejam munidos de redes ou colchonetes para fugir de imprevistos e maiores transtornos.
A intenção é fazer com que a festa não se limite à virada do ano. Quem for tem a opção de ficar até o domingo e curtir bastante. Além de um repertório bem escolhido para o CD player, os presentes terão a oportunidade de ouvir, ao vivo, vários músicos se apresentando em JAM's, já que um pequeno som será montado para a animação de todos.
INFORMAÇÕES:
Marieta Tavares - 9105-2899
Lipe Tavares - 9988-9059
Yvan Leite - 9969-3597
Desde já, anuncio que a festa já está sendo um sucesso de procura.