Filme visto - Burning, 2018 - ★★★
Watched on Sunday January 8, 2023.
Fonte: https://letterboxd.com/felipetavares/film/burning-2018/
Watched on Sunday January 8, 2023.
Dentre as atividades físicas que já tentei praticar mais assiduamente ao longo do tempo, a corrida certamente é aquela em que mais insisti. Pelo menos desde 2010 tenho algumas iniciativas espaçadas e algum tempo depois devolvo os tênis ao armário e vou procurar algo me premie mais rapidamente com dopamina.
Essa é uma questão que já significou um tabu difícil de lidar por esse que escreve. A falta de constância na corrida e os sucessivos reinícios nessa prática esportiva chegou inclusive a reforçar em mim a identidade de alguém que não finaliza os projetos que inicia ou que é incapaz de praticar uma esporte, que não seja futebol, por muito tempo. Vez ou outra, inclusive, foi questão que levei para a terapia.
Uma das estratégias que lancei mão na tentativa de fazer da corrida um hábito, foi escrever sobre em outras encarnações desse blog. A ideia era tentar extrair compromisso ao publicizar as minhas intenções de atleta. Não vingou também.
Acontece que a terapia funcionou e não me frusto mais com possíveis (e prováveis) inconstâncias na minha carreira de corredor. Nesse início de 2023, mais uma vez passando os primeiros dias anos do ano na Praia de Tabatinga, trouxe roupas e tênis de corrida para me mexer um pouco e tentar minimizar os efeitos em meu corpo de pelo menos dois anos de uma grande negligência com a minha saúde, baseada em sedentarismo e péssimos hábitos alimentares. No meio da sessão de hoje pensei que seria uma boa escrever sobre o processo aqui. Dessa vez não mais buscando o peso de tornar pública a minha iniciativa, mas pelo simples fato de registrar para mim mesmo esse processo, os anseios e as pequenas vitórias. Sem cobrança.
A ideia é escrever sobre sessões de corridas aleatórias, trazendo fotos ou vídeos dos lugares em que estive, além de trazer algumas métricas geradas pelos aplicativos que uso para organizar a minha prática.
Eis os dados de hoje.
Estou seguindo o programa do app GetRunning, que baixei quando comprei o meu primeiro iPhone, no final de 2010. Ele propõe o condicionamento para 5km de corrida ao longo de 9 semanas. Como eu já tinha noção prévia, comecei pela semana 3 e pretendo continuar nessa sequência até estar confortável para avançar à próxima.
Desde 2016 passei a registrar os filmes que assisto. Foi quando comecei a utilizar o Letterboxd, uma rede social/plataforma voltada para cinema. Além do fator social, de poder acompanhar o que as pessoas que você segue têm assistido e que impressões têm postado, o Letterboxd tem um sistema de estatísticas fantástico que gera dados a partir das películas que você registra por lá.
No meu "year in review" de 2022, a plataforma me avisa que assisti 50 filmes ao todo.
Foi um ano em que me dediquei à filmografia de Hyusuke Hamaguchi, do qual assisti os excelentes Asako I & II, Roda da Fortuna e Drive My Car, este último baseado no excelente e homônimo conto de Haruki Murakami, que eu já havia lido.
Meio que por acaso, explorando o acervo do HBO Max, acabei chegando na já clássica trilogia de Richard Linklater, composta por Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da Meia-Noite. Fazia tempo que eu não me ligava a uma sequência de filmes como o fiz com aqueles protagonizados por Julie Delpy e Ethan Hawke. Até então, Linklater já tinha me marcado com Boyhood, filme que me impactou bastante à época em que foi lançado.
Seguem abaixo algumas estatísticas geradas pelo Letterboxd para os filmes que assisti ao longo do ano.
* * *
Desde 2016 venho reunindo aqui no blog as estatísticas que o Letterboxd gera a cada ano. Veja como foi nos anos anteriores: 2021, 2020, 2019, 2018, 2017, 2016.
Todos esses compilados anuais estão reunidos aqui.
Watched on Thursday December 29, 2022.
Watched on Tuesday December 27, 2022.
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Watched on Saturday October 29, 2022.
Watched on Tuesday October 11, 2022.
Watched on Saturday October 1, 2022.
Watched on Sunday September 25, 2022.
Hoje me considero bastante adaptado aos serviços de streaming como principal plataforma para ouvir música. Ainda que por puro fetichismo e apego sentimental eu ainda guarde alguns poucos CDs, e há pouco mais de 10 anos tenha ensaiado voltar a recorrer a LPs, realmente desapeguei das mídias físicas.
Mesmo assim sinto falta de um aspecto que costumava integrar os encartes dos discos, tanto digitais quanto analógicos: a ficha técnica das gravações.
Se à medida que fui formando o meu gosto musical, as letras contidas nos álbuns me eram indispensáveis, os créditos dos envolvidos na produção dos discos foram cada vez mais me interessando, sobretudo ao passo que eu começava a dar os meus primeiros passos na composição e na produção musical. Desde o Festival do Desconcerto, lançado em 2005 pelo SeuZé, faço questão de registrar e divulgar cada mínimo detalhe da produção dos discos em que estou envolvido: quem tocou cada instrumento em cada faixa, por exemplo.
Salvo um eventual saudosismo por discos de vinil ou vontades repentinas de ter toda a discografia de Caetano em CDs, estou bastante acostumado e satisfeito com a praticidade e custo-benefício do Spotify e Apple Music, serviços entre os quais costumo revezar. Outro aspecto que me prende ainda mais aos streamings de música é a integração com o Last.fm, essa maravilha da Internet que resiste bravamente, e que me permite praticar a obsessão em metrificar o que ouço ao longo do tempo. É como ter acesso à função "mais ouvidos" que o Spotify disponibiliza em dezembro, a qualquer momento e sem se restringir ao filtro do último ano.
Entretanto, realmente sinto falta de que os serviços de streaming de música sejam mais ativos em solicitar essas informações das empresas que distribuem as obras dos artistas em suas plataformas. E não falo apenas do detalhamento dos intérpretes e instrumentistas que atuaram em determinado single ou disco, mas também de dados sobre os responsáveis pela gravação, mixagem e masterização de cada fonograma. Gostaria muito de poder fazer com a música que ouço, o que já faço a um tempo com os livros e filmes que consumo.
O Letterboxd, por exemplo, espécie de rede social dedicada ao cinema e serviço de compartilhamento de críticas sobre filmes, organiza o seu catálogo de uma forma que todos os envolvidos na produção de uma película têm os seus nomes clicáveis no aplicativo, com a possibilidade de se ver tudo em que já trabalharam. Dessa forma, ao assistir um filme específico cujos trabalhos de direção ou direção de fotografia me chamaram a atenção, por exemplo, posso facilmente acessar a filmografia dessas pessoas e descobrir com relativa facilidade como continuar explorando as suas obras.
Na falta de funcionalidades semelhantes no Spotify e similares, ou mesmo de aplicativos dedicados para esse fim, alguns livros acabam cumprindo essa função para mim.
Recentemente li Lado C: a trajetória de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê e foi através do excelente trabalho de pesquisa de Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes, que tive informações organizadas para explorar a carreira de Pedro Sá - que acompanhou Caetano como guitarrista e produtor nos discos Cê, Zii & Zie e Abraçaço.
O site Discos do Brasil é uma excelente iniciativa nesse sentido, mas depois de me acostumar com as funcionalidades do Letterboxd, faz muito sentido para mim poder acessar essas informações de créditos dos fonogramas diretamente no serviço de streaming que uso.
Aguardo ansioso para poder explorar, de forma descomplicada e com obsessão, as discografias - não apenas de compositores e intérpretes - mas também de técnicos de mixagem, masterização e produtores musicais.
Watched on Sunday August 7, 2022.
Watched on Friday August 5, 2022.
Já há algum tempo eu tentava me organizar para ver a exposição "O Sertão Virou Mar", de Azol, que estava na Pinacoteca do Estado desde o final de maio. No último sábado, finalmente, aconteceu.
Além da exposição que mencionei acima, queria aproveitar a ida ao centro da cidade para fazer um pequeno tour com Nina pelo corredor cultural, já que a pequena está estudando sobre a História de Natal, na escola.
Algumas das obras que Azol estava expondo eram estritamente pintura e outras eram meio que fusões entre pintura e fotografia. No vídeo de apresentação da exposição, o artista explicava que os motivos e temas para as obras vieram de uma viagem que fez pelo interior do Rio Grande do Norte e de outros estados do Nordeste.
Mas não foi exatamente "O Sertão Virou Mar" que me causou uma forte impressão nessa ida ao Palácio Potengi. Além dessa mostra temporária, a Pinacoteca dispunha de duas exposições permanentes, um das quais com pinturas e esculturas de artistas norte-rio-grandenses. Saí daquela sala profundamente impactado com a obra exposta de Newton Navarro, que eu já conhecia de idas à própria Pinacoteca há vários anos, mas que dessa vez adquiriram um significado novo e forte.
História da Arte, no Ensino Médio e na graduação em História foram, de maneira geral eurocêntricas demais e quando abordavam aspectos das artes plásticas brasileiras, não costumavam a ir muito além de breves apêndices sobre Tarsila do Amaral e Cândido Portinari, o que certamente contribuiu para a minha ignorância e/ou falta de curiosidade a respeito de outros artistas brasileiros e, também potiguares. Em relação à arte produzida no Rio Grande do Norte, além de me faltar repertório, eu tinha uma impressão ignorante e generalista de que o que se produzia por aqui não tinha qualidade suficiente para concorrer com o que era consagrado como nacional, fosse nas artes plásticas, música, teatro ou cinema.
Desde que comecei a me envolver com composição e produção musical, sobretudo após o início do SeuZé, em 2003, foi inevitável para mim pensar em como situar os projetos dos quais eu participava na discussão “artista nacional” x “artista local”. Esse era um debate bastante frequente na música naquele momento em que iniciativas como o Fora do Eixo e as dezenas de festivais independentes de música Brasil a fora, contribuíam para a descentralização dos olhares e ouvidos para o que estava sendo produzido no país.
Mas foi somente após assistir mas assídua e atentamente as montagens de grupos teatrais natalenses, especialmente dos Clowns de Shakespeare, que fui gradualmente me livrando desse complexo de viralata e construindo o entendimento de que não é necessário a validação de carimbo "nacional" para se atestar a qualidade de de expressões artísticas.
Essa última ida à Pinacoteca e, sobretudo, a força e personalidade da obra de Newton Navarro, fortaleceram ainda mais essa noção em mim.
Watched on Sunday July 17, 2022.
Watched on Saturday July 16, 2022.
Watched on Saturday July 16, 2022.
Watched on Monday June 20, 2022.